Inglaterra visa reduzir a 0% o despejo de esgoto não tratado no mar até 2050.
Depois de anos adiando e tentando manter as contas de água mais baixas, o parlamento inglês, hoje liderado pelo Partido Conservador, finalmente se prontificou à resolver o problema da contaminação dos mares.
Concessionárias de agua deverão realizar grandes investimentos, dispondo de aproximadamente 56 bilhões de libras esterlinas, o equivalente à R$ 330 bi. Os mesmos serão repassados aos consumidores, encarecendo suas contas, de acordo com cada fase do plano governamental de manutenção das redes. O aumento pode chegar à £ 12 por ano, por domicílio, até 2030 e depois £ 42 até 2050, equivalendo à R$ 72,00 e R$250,00 respectivamente.
Sistema de esgoto de Londres em construção. (foto por Otto Herschan)
De acordo com o ministro do meio ambiente, George Eustice, o sistema de esgoto ainda em atividade na Inglaterra é uma “herança” da infraestrutura vitoriana do séc. XIX, contanto com 15.000 galerias que ainda fluem diretamente para o mar.
O atual sistema é facilmente sobrecarregado, principalmente em épocas de chuvas, e já não comporta as necessidades dos seus mais de 56 milhões de habitantes.
Um risco para a saúde e para a economia: Durante o verão no hemisfério norte, nos meses de junho à agosto, diversas praias do Reino Unido estiveram interditadas devido ao risco sanitário que apresentavam.
Xavier Bertrand, presidente do norte da França, uma região que é diretamente impactada por essas descargas de esgoto no mar, relatou que este “desastre ecológico” vem se agravando “desde o Brexit”.
As empresas inglesas de água terão que renovar as tubulações perto das áreas de banho designadas até o ano de 2035, segundo o plano do governo, e até 2050, no máximo, para as demais áreas.
Via AFP
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